Road Trip por Portugal 

Há umas semanas atrás uma amiga alemã pediu-me dicas para fazer uma Road Trip em Portugal este verão, (mas excluindo Lisboa e Porto, que já conhece); e contemplando um bocadinho de campo e praia. Como o roteiro está em inglês, faço agora um apanhado da informação principal aqui no Blog. 

É de conhecimento geral (para quem lê o blog) que para mim fazer uma road trip é como rejuvenescer 5 anos, é o tipo de viagem que consegue misturar muita adrenalina, liberdade, conforto e independência. É voltar à adolescência e sentir novamente a leveza de fazer o que nos apetece sem pensar nas consequências, cabelos ao vento e mapa na mão, paramos onde nos der na gana e dormimos onde quisermos. Indo de carro ou de caravana, uma road trip é uma experiencia única que todos devemos fazer… várias vezes na vida!! 😝

Tracei duas rotas (ainda que haja um sem fim de possibilidades), a primeira é para atravessar Portugal de norte a sul; sabiam que também nós temos uma Route 66? Mas a nossa chama-se N2 (Estrada Nacional 2), vai de Chaves a Faro e atravessa todo o interior do país, na sua mais profunda essência. 

A segunda, e como não podia deixar de ser, é a rota de Lisboa até Lagos pela Costa Vicentina. Sou uma eterna apaixonada pelo litoral alentejano e não me canso de recomendar esta maravilhosa zona de Portugal, afinal é a minha preferida de todo o mundo mundial, e um dia quando for velhinha, é para lá que quero ir escrever as minhas memórias. 

   Rota Interior de Norte a Sul (vermelho)

Então se nos metemos num carro, carrinha, caravana, moto, bicicleta ou em qualquer outro veículo que nos permita chegar a Chaves, daí partimos em direção a Viseu. Passamos nas famosas Termas de Vidago e por Vila Real, desbravando aquela linda paisagem tão característica de Trás-os-Montes, até chegar às aguas do Douro. Atravessamos o rio no Peso da Régua e seguramente encontraremos por aí um delicioso restaurante que nos sirva um daqueles pratos de comer e chorar por mais; tudo isto com vista para as vinhas. Não é mais nem menos, um dos sítios mais bonitos de Portugal. 

Deixando o Douro para trás, entramos na zona do Dão, isto até poderia ser também uma rota do vinho, mas não é, já que supostamente temos que seguir viagem. 

Passando por Viseu, o nosso próximo destino vai ser as Aldeias de Xisto, um segredo bem guardado que embora tenha já muitos visitantes, não está nada massificado. 

São 27 pequenas aldeias distribuídas pela região centro, entre a Serra da Lousã e o Vale do Zêzere. Uma pequena maravilha onde se pode desfrutar da experiência completa, se ficarmos alojados numa daquelas pensões rurais, onde se dorme e se come melhor do que na nossa própria casa. As minhas preferidas são: Piodão, Talasnal, Casal de São Simão, Cerdeira e Covas do Monte. 

Seguimos em direção à Barragem de Montargil, onde de pequena acampava nas férias de verão e fazia atividades radicais com o Clube da Natureza.

A partir de aqui o panorama muda e depois de passar o Tejo, a paisagem florestal dá lugar às planícies alentejanas com o horizonte salpicado por velhas oliveiras e onde em Agosto seremos abraçados por um calor tórrido e seco. 

Aqui podemos escolher muitas opções para visitar; Évora, Monsaraz ou Estremoz… mas tudo com calma e tempo, que no Alentejo respira-se paz e tranquilidade. 

Descemos para Ferreira do Alentejo, passamos as Minas de Aljustrel, Almodôvar, e acabamos por entrar no Algarve e chegar a Faro. Aqui as possibilidades são múltiplas, mas se queremos escolher o melhor e fugir à massificação estrangeira, vamos até às ilhas da Ria Formosa (Armona, Farol e Culatra) e também de barco damos um pulinho à paradisíaca Ilha de Tavira. 


               

              Rota da Costa Vicentina (azul)

De manhã bem cedinho atravessamos a Ponte 25 de Abril em direção a Sesimbra, uma vila pitoresca com uma linda praia às portas da Serra da Arrábida. Seguimos caminho para Setúbal pela estrada da Serra, com uma vista de nos tirar o fôlego; e aproveitamos para parar em Azeitão para comprar um queijinho e umas garrafas de vinho para o entardecer. 
Se estiver calor, encostamos o carro na estrada e descemos até à Praia dos Coelhos ou à de Galapinhos; dizer que são paradisíacas é apenas um eufemismo. 

Almoçamos em qualquer restaurante da Av. Luisa Todi uma dose de choco frito e seguimos até ao cais dos barcos, onde pomos o carro no Ferry para Troia. Do outro lado do Sado começa a aventura, uma estrada com aspeto meio tarantino, meio mexicano; segue paralela às melhores praias selvagens de Portugal. 

Comporta, Carvalhal, Galé, Melides ou Santo André; podemos passar o dia em qualquer uma delas, porque são todas espectaculares. 

Continuamos a descer para Sines, o mais junto à costa possível e quando chegarmos a São Torpes, viramos para a estrada que entra no Parque Natural da Costa Vicentina, e seguimos até Porto Covo. 

A partir daqui podemos parar onde nos apetecer, ficar a dormir, passear, seguir viagem, abrir as janelas, ou pôr a música alta e deixar-nos levar pela energia única do litoral alentejano. 

Nesta zona tão linda de Portugal e entrando também um bocadinho pelos Algarves, podemos escolher entre Vila Nova de Mil Fontes, Cabo Sardão, Zambujeira do Mar, Praia da Amoreira, Aljezur, Praia da Arrifana, Carrapateira, Cabo de São Vicente, Sagres, Lagos; e muitas outras extraordinárias vilas e assombrosas praias, que nos vão roubar o coração. 

Ao escrever este post, entrou-me uma descomunal vontade de viajar por Portugal novamente. Quando escrevo estas dicas para os meus amigos, dou-me sempre conta, que por muito que viaje pelo mundo, por muitos paraísos que conheça, este cantinho à beira mar plantado, é definitivamente o meu paraíso.

Já está mesmo a chegar o Verão! Boas Viagens!

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