[5] Aprender a ser Pais

5 meses com o Tomás na minha vida.

E de repente parece que tudo começa a encaixar. Seguramente deve-se a que neste mês de Dezembro tenhamos tido mais dias tranquilos do que difíceis… e esperemos que assim continue. A rotina com o Tom começa a fluir, começámos a encontrar o nosso equilibrio e a construir uma rotina em sintonia com a cidade. E isso é exactamente o que me prende a Barcelona: A possibilidade de viver uma rotina sem regras!

Hoje escrevo sobre a ausência de conhecimento e a necessidade de aprendizagem quando somos pais. 

Antigamente o conhecimento passava de mães para filhas, vivia-se rodeado de primas e tias, ou simplesmente as mulheres eram feitas de outra fibra. Tinham sido educadas para cuidar da casa, ter filhos e criar familias. Hoje em dia já nada é assim!

Eu fui educada para ser igual a qualquer homem. Para estudar e viajar e fazer tudo o que me apetecesse, tudo a que me propusesse e conseguir qualquer coisa à qual me dedicasse de coração. As tarefas domésticas ou as competências necessárias para criar uma familia devem estar inerentes a qualquer ser humano, independente do género, se a isso ele se propõe. E caso não seja assim, somos livres para procurar ajuda,  e na minha opinião demonstramos inteligencia e humildade, quando tentamos aprender algo novo. Fingir que já sabemos tudo é sinónimo de arrogância e estupidez! 

Quando em Setembro fui a Portugal, o Tom tinha 2 meses, e estávamos no começo desta aventura, ainda sem saber bem que caminho era o nosso. Uma das coisas que despertou curiosidade foi o facto de eu ter consultado uma acessora de lactancia para me ensinar/ajudar a amamentar.
A minha familia achou piada à existência de tal profissão, porque antigamente nem se punha a questão de uma mãe ter qualquer tipo de dificuldade. (Estavam todas caladinhas que nem um rato). 

Actualmente há tantas formas de aprender, há tanta informação on-line e tanta ajuda profissional disponível, o mínimo que podemos fazer é tentar. Se a amamentação é dolorosa ou o bébé nao ganha peso, porque nao pedir ajuda a quem sabe? E nem sempre as mães ou tias são a melhor opção, ou porque estão longe, ou porque, como diz o povo, “santos de casa nao fazem milagres”. 

Este mês, fomos novamente aprender mais qualquer coisa para nos ajudar com isto de criar uma criança. Fizemos dois workshops, em sítios diferentes, e gostámos imenso de ambos. 

O primeiro foi de Estimulação Sensorial dos 3 aos 6 meses no Centro Llevadonas. 
E o segundo foi de Primeiros Socorros e Prevenção de Acidentes na  Primeira Infância, na Clinica Lactapp.

No workshop de estimulação foi a primeira vez que o Tom esteve com outros bébés e nós com outros pais também de primeira viagem, e só por isso já foi uma experiência muito interessante. Além de que aprendemos como o estimular, que tipo de brinquedos e actividades são recomendadas e adequadas para ele. 

No segundo aprendemos o que fazer em caso de acidente, como reagir se o nosso bébé se engasga, se tem uma paragem cardio-respiratória, se cai, se sofre uma queimadura, se bebe algo tóxico, se mete objectos estranhos no nariz ou nas orelhas… enfim, todas essas coisas que nem nos passam pela cabeça, mas que acontecem todos os dias a milhões de crianças. 
Obviamente que não estamos livres de que nada disto aconteça, mas estaremos certamente mais despertos para enfrentar uma situação destas. 

O principal objectivo de assistir a estes workshops é aprender e ganhar conhecimento. Mas estar com outros pais na mesma situação que nós e ver outros bébés, faz-nos relativizar os nossos problemas e valorar as nossas escolhas. Além disso, une-nos como casal e como família. Estamos nisto juntos, comprometidos e apaixonados! 

Boas Festas queridos leitores.
O Palavras na Barriga, (agora a viver um ano sabático dedicado à maternidade), deseja-vos um 2020 cheio de saúde, alegrias e muitas viagens!