Quando o Tom fez 8 meses queria ter escrito sobre o tema da alimentação, mas com todo este drama da pandemia, não consegui organizar as ideias para publicar o post. Por isso, hoje escrevo sobre o BLW e a introdução da alimentação complementar na nossa vida.
Apesar do pediatra ter sugerido introduzir papas e frutas a partir dos 4 meses, decidimos não o fazer. Tinha lido muito sobre o tema, e sabendo que o leite é o alimento principal do bébé até fazer 1 ano, pareceu-nos precipitado introduzir alimentos tão cedo.
Por volta dos 5 meses fizemos um workshop de BLW e decidimo-nos pela “versão” mista, ou seja, oferecer alimentos sólidos, mas também dar as papinhas e as sopas.
Não me vou demorar a explicar o que é o Baby Led Weaning, porque há muita informação na internet sobre o tema e é fácil perceber do que se trata. A ideia do meu post, é partilhar a nossa experiência e contar como está a correr connosco.
Resumindo, o BLW é a alimentação auto-regulada pelo bébé, com a introdução de alimentos sólidos a partir dos 6 meses; o bébé come sozinho a quantidade que lhe apetecer. Tudo devidamente cortado e confeccionado de forma a facilitar a ingestão em segurança.
Os benefícios são vários, porque além de se dar a provar ao bébé diferentes sabores e texturas desde muito cedo, ajuda à motricidade e à autonomia, entre muitíssimas outras coisas.
O Tom experimentou umas papas caseiras sem glúten, (aveia, arroz e milho), umas semanas antes dos 6 meses. Pouco depois vieram as sopas de legumes e ao mesmo tempo fomos oferecendo alimentos sólidos, primeiro uma banana, depois um pouco de brócolos cozidos, uns palitos de cenoura, batata doce e por aí a fora. Correu tudo muito bem, até porque ele já desde os 4 meses que mostrava interesse pela nossa comida.
Mas pouco depois dos 6 meses tivemos um pequeno susto e fomos parar ao hospital, porque numa noite comeu demasiado (papa, leite e mama) e fartou-se de vomitar. Desde esse momento, o Tom nunca mais quis que lhe déssemos comida à boca. Nao aceita colheres, nem garfos; acabaram-se as papas, as sopas, o iogurte, as papinhas de fruta, ou qualquer outra coisa que ele não possa comer sozinho.
Tivemos algumas semanas de profundo stress e muitos nervos, a tentar que ele comesse de todas as formas, com todo o tipo de colheres, em pratos diferentes, com canções, com brinquedos… até que aceitamos que ele queria comer sozinho e não havia volta a dar.
Salvou-nos o BLW! Como já estava a ser habituado a comer sólidos sozinho, não houve nenhum problema em deixar de dar alimentos à colher. Só tivemos de pôr a imaginação e a criatividade a funcionar para poder oferecer os nutrientes das papas e sopas noutro formato.
Comer sozinho sendo tão pequenino, tem o grande inconveniente de sujar tudo, tem também a questão do desperdício, porque ao princípio é mais comida para o chão do que para a boca. Mas tem principalmente, a enorme preocupação de se poder engasgar. (Por isso fizemos também um workshop de primeiros auxílios na infância antes de começar a alimentação complementar.)
No entanto os benefícios são evidentes em muito pouco tempo; estamos a fazer BLW exclusivo há quase 3 meses, e as refeições são sempre um momento pacífico em família. Todos nos sentamos à mesa e comemos ao mesmo tempo. (O Tom ainda na cadeirinha dele). Ele está tão entretido com a sua comida, que nos permite comer com tranquilidade, sem termos que lhe estar a dar a comida à boca (mas sempre com os olhos postos nele). Neste momento já praticamente não deixa cair comida para o chão, e come tudo o que se põe no prato.
O BLW dá trabalho e requer muita atenção. É muito mais simples/seguro fazer uma sopinha que dura 2 ou 3 dias no frigorifico, dar à boca do bébé e despachar as horas da comida. Além de que nem sempre é bem visto por alguns pediatras ou por alguns avós, que sendo da “velha escola” acham que os bébés, porque não têm dentes, não sabem mastigar.
Este não é um caminho fácil; mesmo que com a melhor das intenções, fomos criticados e questionaram-nos várias vezes sobre as decisões que fomos tomando. Nós tentámos sempre ler muito sobre o tema e formarmo-nos para podermos fazer uma escolha correcta e segura para o nosso bébé. E também ser fiel à nossa intuição e àquilo em que acreditamos.
Até agora tem corrido bem e penso que à medida que o Tom consiga coordenar sozinho as colheradas à boca, voltará a comer as sopas e as papas por ele mesmo.
Mostro aqui alguns pratos do que o Tom costuma comer. Espero que sirva de inspiração para outros pais, que estejam a pensar se devem ou não arriscar com o BLW, não desistam nem se deixem desmotivar pelos ‘velhos do restelo’. Sigam a vossa intuição e façam sempre o que acharem melhor para o vosso bébé.
18.01.2020 – com 5 meses e meio – a primeira banana
29.01.2020 – com 6 meses – Comprámos o kit da Tidy Tot com babete e plataforma de mesa, mas usámos apenas um mês e sinceramente não acho que seja imprescindível.
Lavamos e cortamos em forma de palitos para que seja fácil para ele agarrar. Congelamos e todos os dias tiramos o que precisamos e cozemos, assamos no forno ou a vapor.
Sopas individuais e os legumes previamente cortados, prontos para serem congelados.
Bolinhos de arroz e frango, uns levam cenoura, outros courgette e cebola. Congelamos e todos os dias tiramos só o que ele vai comer.
Base para Pasteis de Pescada.
Base para Pasteis de Cogumelos.
11.02.2020 – 6 meses e meio
Bolachas de Aveia, Banana e Maçã.
Almoços:
Bróculos, pasteis de frango com abacate fresco, boniato, panqueca de batata e cenoura, pêra-rocha cozida e abacate fresco. Adora abacate!!
16.03.2020 – 7 meses e meio
Bróculos, boniato, maça cozida, abacate fresco, pastel de cogumelos e pastel de frango.
Bróculos, boniato, pastel de frango, pastel de feijão preto com cebola e abacate.
27.03.2020 – 8 meses
Bróculos e cenoura ao vapor, com pasteis de frango e cogumelos e abacate fresco.
Pasteis de Borrego com abacate, pêra-rocha cozida, bróculos, abacate fresco, boniato e panqueca de batata e cenoura.
07.04.2020 – 8 meses
Excelentes ideias, obrigada!
Por aqui também misturamos. Algumas coisas ele come sozinho, outras dou-lhe na boca. Entretanto ele também vai aprendendo a usar os talheres e há trabalho de equipa.
beijinhos e um mimo para o Tom 🙂
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O teu miúdo é tão fofo!
Talheres?! Pois, como é mais velho já vais uns capítulos à frente lol.
É um desafio constante, mas é tão fixe ver a evolução dos nossos pequenos. Beijinhos de Barcelona
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