“Journey to the East” [Budapeste, Viena & Praga]

Os feriados de Dezembro são como mini férias de Inverno, juntamos mais um ou dois dias e faz-se uma viagem à neve. Para quem gosta de esquiar, este parece o plano perfeito.

Mas esquiar não é para mim, se tenho que ir, sou aquela que fica no chalé a cozinhar, com a lareira acesa e o copo de vinho tinto ao lado, enquanto oiço o Miles a tocar no gira discos.

Que imagem tão bonita, até me apeteceu ir para a neve!

Naaaaa…

Na semana passada usámos os dias livres para descobrir mais uma zona da Europa, até à data desconhecida, o “Leste”. Não todo.. (I wish) Mas começámos pelas cidades que faziam, há tantos anos, parte do meu imaginário fantástico … Budapeste e Praga. E já que estávamos na zona, demos um pulo a Viena para comer o melhor “apfelstrudel” de todos os tempos.

Fomos de Barcelona para Budapeste de avião, Budapeste – Viena – Praga de comboio e Praga – Barcelona de avião novamente. Foi a combinação perfeita e vale muito a pena viajar entre as cidades no melhor meio de transporte que existe. O comboio é barato (entre 13€ e 19€ por trajeto e por pessoa), e em menos de 4 horas atravessámos as fronteira entre a Hungria e a Áustria e entre a Áustria e a Republica Checa.

As vantagens são muitas, mas a mais óbvia é que quando chegamos, já estamos no centro das cidades, sem necessidade de táxis ou aerobus dispendiosos. Além disso, podemos ver a paisagem, conhecer pequenas vilas no caminho e contactar com os verdadeiros locais.

Fiquei com muita vontade de voltar a fazer outro Interrail.

O que também me recordou o interrail, foi os sítios que escolhemos para dormir. Ficámos em “Hostels”, aos quais antes eu chamava Pousadas da Juventude; mas que hoje em dia são praticamente hotéis super bem acondicionados, com quartos duplos com wc privado e onde a sala comum, o bar e a cozinha, mantêm aquele espirito fraterno e solidário dos mochileiros.

São muito mais económicos do que os hotéis convencionais, alojam todo o tipo de pessoas e faixas etárias, e dão-nos a oportunidade de conhecer gente que está na mesma onda que nós.

Na Áustria, o hostel já não tinha quartos duplos disponíveis e tivemos que dormir numa camarata com mais quatro pessoas; foi toda uma experiência voltar a dividir quarto e wc e tenho que confessar que não tinha saudades, mas também não foi nada dramático.

Fazer uma viagem em Dezembro, tem algumas condicionantes climatéricas, mas tem também algumas surpresas muito agradáveis, como encontrar em todas as cidades os tradicionais Mercados de Natal, ou poder beber o delicioso Glühwein logo ao pequeno-almoço.

Começámos por Budapeste… a cidade tem algo diferente de tudo o que já vi, é grandiosa, com edifícios bonitos e aquele romântico Danúbio que divide Buda e Peste; além do famoso Parlamento que realmente impressiona e lindas praças cheias de sítios giros onde apetece entrar.

Mas ao mesmo tempo tem aquele ar underground que eu adoro, aquela atmosfera desarranjada cheia de estilo, e um espirito boémio que me conquistou totalmente. Estivemos 2 noites e acho que precisava de pelo menos mais duas para sentir realmente a essência da cidade. Os Ruin Pubs são imperdíveis e os Banhos Termais deixaram-me enamorada; não tenho dúvidas de que voltarei a Budapeste porque ficou mesmo muito por explorar.

Seguimos para Viena! Aqui estivemos mais 2 noites e apesar da cidade ser enorme, pareceu-me praticamente suficiente. Viena é tudo aquilo que eu esperava, majestosa, cosmopolita, organizada e bastante cara. Tem muitíssimas coisas para ver, mas como tudo se paga (e muito) há que priorizar os museus e os nossos interesses. Nós visitámos apenas o Palácio Belvedere, onde estão expostas as principais obras de Klimt; quanto ao resto… pois terá que ficar para uma próxima visita.

O que quero destacar são sem dúvida os transportes, que funcionam impecavelmente bem, a todas as horas e em todas as direções à volta da cidade; e a comida, que é simplesmente deliciosa. É uma grande cidade, mas um pouco parecida a tantas outras da velha Europa.

Depois de cerca de 4 horas de comboio chegámos a Praga, um sábado por volta das 11:30am; fomos ao Hostel deixar as mochilas e apanhámos um tram para o centro. Tínhamos acabado de visitar duas grandes cidades durante a semana e chegar a Praga a um sábado pré-natalício, foi um choque brutal.

O centro histórico, que não é muito grande, estava completamente caótico, a abarrotar de gente, ruas cortadas pela polícia, um frio horripilante e uma confusão assustadora.

Por momentos não quis acreditar que aquela que muitos diziam ser a cidade mais bonita da Europa, afinal não era mais do que um ajuntamento massivo de turistas com um selfie-stick.

Mas não… no domingo foram quase todos embora e a cidade ganhou outro encanto. Não sei se é a cidade mais bonita deste continente, mas é sem dúvida uma das mais bonitas onde já estive. Voltei completamente apaixonada e quero voltar assim que possível, e de preferência com temperaturas positivas. 😝

O bairro Dejvice, onde ficámos alojados, fez-me lembrar Kreuzkölln em Berlim e só por isso já caí rendida aos encantos da cidade. Esse vintage look que me roubou o coração em 2006 quando fui pela primeira vez à antiga RDA, tenho-o guardado como um dos meus estilos mais apreciados. E Praga tem o mesmo look!

Tudo o resto é um verdadeiro postal, uma pintura idílica e surpreendente a cada esquina, em cada ponte. É uma cidade para passar tranquilamente três ou quatro dias e deixarmo-nos levar pela melancolia eufórica que nos entra pelo corpo depois de provar algumas das melhores cervejas do mundo.

Tenho várias dicas de alojamentos, restaurantes, atividades e locais imperdíveis para quem quiser fazer esta viagem; mas ficará para um futuro post em 2018, que virá com muitas novidades para o Blog.

Ate lá! Vamos queimar os últimos cartuchos deste 2017, que ainda nos reserva muitas e boas surpresas!

                                                                                                                BUDAPESTE

                                                                                                                            VIENA

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                                                                                                                             PRAGA

2 opiniões sobre ““Journey to the East” [Budapeste, Viena & Praga]

  1. Praga deixou-me tantas saudades! Excepto as multidões do selfie-stick, que quase me mandavam da ponte abaixo, tal era a ânsia da selfie perfeita… Mas esses andam por todo o lado.
    Aqueles bares que pareciam a casa de um amigo, os bolos caseiros, os recantos por explorar e a arte por todo o lado. O que eu dava por uns dumplings e uma caneca de cerveja agora… Amei a fotografia com os pinguins e o enquadramento que fizeste!

    As outras cidades estão na lista, mas as ideias que tenho são mais ou menos o que descreveste. É bom saber que Budapeste tem “outro lado”, para além da cara bonita. Gostei imenso do texto e das fotos. 🙂 Feliz resto de 2017!

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