[7] Viajar com um bébé – Mallorca

7 meses com o Tomás na minha vida.

Diz-se que quando nasce um bébé, nascem também uma mãe e um pai. Pois sim, passados sete meses estamos muito mais à vontade, mas continuamos em processo de aprendizagem e adaptação. Todos os meses algo muda e quando achamos que já sabemos como gerir a nova situação, muda tudo outra vez. Tem tanto de maravilhoso como de cansativo, mas deve ser nesse ponto de equilíbrio que está a piada de criar uma família.

Este mês escrevo sobre viajar com um bébé. Este foi um dos temas que estava no outro prato da balança durante todos os anos em que me questionei se devia ou não engravidar. Era definitivamente algo do qual eu não estava preparada para abdicar. E ainda não estou. E provavelmente nunca vou estar.

Sempre achei lindo ver outros viajantes com os filhos, acho admirável ter a coragem e paciência de levar os miúdos a conhecer o mundo, quebrar a rotina e arriscar-se no desconhecido. Mas agora que penso, na verdade eu também sempre viajei com os meus pais desde pequena.

E não tenho dúvidas de que com um bébé também se pode viajar. No entanto sei que todos os bébés são diferentes, que uns são mais tranquilos e outros mais chorões. Como também há pais mais relaxados e pais mais preocupados. Seja como for, penso que há opções para todas as possibilidades.

Este mês de Fevereiro fizemos a segunda viagem com o Tom. A primeira tinha sido em Outubro, com apenas dois meses, levámo-lo a Portugal para conhecer a familia e os amigos. Foi fácil, porque estávamos num ambiente conhecido e controlado, e correu tudo muito bem.
Desta vez fomos para Mallorca, nas Ilhas Baleares, e foi perfeito. Também é um destino cómodo, onde temos amigos, falamos a língua e estávamos relativamente perto de casa.

Esta é uma boa forma de começar a viajar com bébés pequeninos. Visitar amigos, ou escolher um destino tranquilo, com praia ou campo por perto, em época baixa, que seja seguro e tenha um acesso rápido ao centro de saúde ou hospitais.

Está claro que a decisão de viajar com um bébé depende do tipo de viajante que somos e das circunstâncias concretas de cada familia. Mas no fundo é muito mais simples do que normalmente se imagina, e não devemos deixar que a prudência se transforme em medo. Basta seguir algumas “regras”, a nossa intuição e estar atentos a todas as reacções do nosso bébé. Por uma questão evolutiva da espécie, os bébés são naturalmente nómadas e estão fisicamente preparados para aguentar e seguir um ritmo de viagem. Para nós pais, é a melhor desculpa para descobrir os prazeres do ‘slow travel’, viajar sem pressas e a um ritmo completamente diferente do nosso.

Se viajarmos de avião, o melhor é escolher um horário de voo adequado. Isso de viajar de madrugada porque é mais barato, agora acabou-se. Devemos também ter atenção à descolagem e à aterragem. Como o Tom ainda mama, foi fácil evitar a diferença de pressão nos ouvidos. Mas com a chupeta ou um biberão conseguimos o mesmo efeito.

Os bébés dormem bastante e adoram estar sempre em contacto com os pais, por isso o melhor é viajar com uma mochila marsupial, além do carrinho; facilita a deslocação e a mobilidade para podermos passear, subir escadas ou fazer caminhadas.

Há que levar sempre algo para os distrair, um jogo, um brinquedo, aquele boneco especial. Mas não vale a pena irmos demasiado carregados, os bébés aborrecem-se rapidamente, mas também se entretêm com qualquer coisa simples.

O tema da alimentação preocupava-nos um pouco, porque com seis meses já tínhamos começado a introduzir alimentos sólidos e não queríamos quebrar essa rotina. Mas tudo fluiu com normalidade, a mama e o biberão continuam a ser o alimento principal e uma vez ao dia, conseguíamos sentá-lo e dar-lhe uns legumes ou uma fruta, para que não perdesse o hábito de comer sozinho e também para que continuasse a receber os nutrientes adicionais.

De qualquer forma, quando se viaja com um bébé assim tão pequenino, devemos ser flexíveis e não stressar se não conseguirmos manter a rotina que normalmente fazemos em casa.

É muito importante poder ficar numa casa com acesso à cozinha, para termos a liberdade de preparar tudo o que o bébé precisa. O inconveniente de ficar em casas que não são a nossa, é que o Tom já se mexe para todo o lado e temos que ter 1000 olhos sempre em cima dele, porque geralmente as casas não são à prova de crianças.

Quanto a dormir, dividimos cama os três; esta é a receita perfeita para qualquer bébé dormir bem: na cama com os pais, com a maminha sempre a jeito, porque caso não saibam, a lactancia materna é um sonífero infalível.

Dividir cama também faz com que não se tenha que levar lençois e manta para o berço, sendo menos uma coisa para ocupar espaço na mala. 

A bagagem é o mais chato de organizar, mas hoje em dia já é fácil encontrar os produtos que usamos em qualquer sítio. Por isso, fraldas e complementos é melhor comprar no destino. Em relação à roupa, em ambas as viagens, nós acabámos por levar mais roupa do que foi preciso. Os bébés bolsam, vomitam e sujam-se muito, e para não estar sempre a lavar, fomos mais carregados do que na verdade necessitávamos. Este é um dos pontos que temos que melhorar para a próxima viagem. 

Para viajar com bébés, acho que o essencial é o seguinte:

– Fazer com antecedência uma lista de tudo o que achamos que vamos precisar. Depois, todos os dias olhar para a lista e ir cortando. De certeza que nos vamos dar conta de que não precisamos de tanta coisa. 

– Ter paciência. Muuuuuuuita paciência! 

– Adaptar-se e respeitar o tempo e necessidades do bébé. Nós percebemos logo que o melhor era mudar o ‘chip’ e aceitar que agora somos três e vamos a outro ritmo, do que andar stressados porque não iamos conseguir fazer tudo o que estava planeado.

– Aceitar qualquer mudança de planos e nunca esquecer que estamos de férias, ou em viagem e temos que relaxar e aproveitar a oportunidade e sorte, de poder viajar com o nosso pequeno bébé. 

E é exactamente isso que sinto depois destas viagens, que a sorte me bateu à porta com este bébé. Provavelmente, a partir de agora, vamos ter sempre mais precauções, escolher de início destinos tranquilos, andar a outro ritmo e aceitar que necessitamos uma logística mais elaborada. Mas se realmente queremos viajar, podemos fazê-lo, e enche-me o coraçao pensar que vou poder partilhar com o Tom, esta minha inesgotável vontade de conhecer o mundo.

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