Goa! Amor antes da primeira vista!

Depois de uma longa viagem de 27 horas, chegámos a Goa. 
Como escrevi neste post, Goa é um bom ponto de chegada para quem vai pela primeira vez à India, muito menos caótico que Delhi, Mumbai ou qualquer outra grande cidade, e com um delicioso encanto trópico-colonial. 

Goa foi colónia portuguesa entre 1505 e 1961 e a capital, Panaji (Pangim), não deixa passar desapercebida essa marca de 4 séculos de história. As ruas têm nomes portugueses, as pessoas mais velhas ainda falam um pouco da nossa língua e quando dizemos de onde somos, abre-se imediatamente aquele sorriso franco, tão típico dos indianos. 

O nosso hotel era super central, na rua da Igreja da Nossa Senhora da Imaculada Conceição, mesmo ao lado do Clube Sportinguista de Goa; por isso andávamos a pé para todos os lados e quando não sabíamos bem a distancia, apanhávamos um tuc-tuc. Impossivel esquecer a nossa primeira viagem de tuc-tuc…😍
Além de ter sido a nossa primeira vez na India, foi a nossa primeira vez na Asia; tenho que confessar que o choque foi imenso e profundo. Eu ia com uma ideia romântica de Goa, que não se defraudou, apesar de todas as cenas tristes que são inevitáveis de se ver, simplesmente porque a realidade é assim. 

Por isso digo que começar por Goa foi maravilhoso, já nem me lembro bem quantos dias ficámos em Panaji, acho que 3 ou 4 no total. Mas ficámos o suficiente para nos apaixonarmos por aquelas ruas cheias de árvores imensas a cobrirem os casarões estilo colonial, pelo rio escuro que banha a cidade ou por aquela imagem nunca antes vista, de crianças a jogarem cricket na rua, como as nossas aqui, jogam futebol. 

Fizemos de Panaji o nosso “ponto-base” porque dali partia o voo de regresso à Europa, viajámos de trás para a frente e de cima para baixo; com o devido tempo dadas as gigantescas distâncias. 

Estivemos em Goa duas vezes com um intervalo de 3 semanas; a diferença de quando chegámos para quando voltámos foi abismal. A diferença estava em nós, não na cidade. 

Quando chegámos trazíamos a inocência da primeira viagem, da inexperiência e da estupefação face a uma realidade tao dura e tao diferente. Três semanas depois trazíamos muitas imagens na cabeça, muita informação por assimilar, cheiros, sabores; caras, olhares e sorrisos; uma profunda descontração e uma capacidade de tolerar coisas que até à data seriam intoleráveis. 

No regresso já não nos apetecia mais cidade e rumámos para as praias; felizmente a temporada estava a acabar e restavam poucos turistas em Arambol. O ambiente era magnífico e a energia indescritível, alugámos uma cabana na praia por 6€ a noite e deixámo-nos levar pelas ondas do mar arábico. 

Recordo o caminho de táxi até Arambol, com os olhos fixos na exuberante paisagem e na ausência de infraestruturas. Recordo a deliciosa comida, a imensidão daquele mar, os cães e as vacas na praia, o melhor peixe grelhado de todos os tempos, o chacuti extra-spicy; as conversas com outros cidadãos do mundo; enfim… recordo com saudade tudo e todos, e todos os dias tenho um bocadinho de vontade de voltar àquela praia onde fomos tão felizes.

   
    
    
    
    
    
    
    
    
     

  

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