[ 2 ] Obrigada!

Dois meses com o Tomás na minha vida!

Cheguei à conclusão que tudo o que dizem sobre a maternidade é mesmo verdade. Mas como cada experiência é única, acredito que cada mãe tenha a sua história e uma versão diferente dos mesmos factos.

Está claro que também há muitíssimas coisas que ninguém diz, tantas que não se fala, que a sociedade nos ensinou a omitir, a calar, a fingir que tudo corre bem, quando na verdade estamos na fossa. Mas isso ficará para outro post.

Porque hoje quero escrever sobre todas as outras coisas boas que mesmo que ao principio pareça que nunca vão acontecer, afinal acontecem.

A principal de todas é o amor. Como seria de esperar, este vai crescendo todos os dias e este pequeno ser já se transformou no centro do meu universo.

(Estou com os meus níveis de ocitocina em alta!! Toca aproveitar para escrever finalmente um post romântico sobre esta mudança na minha vida.)

Nunca estive tão cansada, nunca tive tantas preocupações na minha cabeça como agora, mas também nunca tinha tido uma motivação tão grande para aguentar, para lutar e principalmente para acreditar que vai tudo correr bem.

É assustador o poder da maternidade!

Compreendi também que eu já não sou a mesma, que tenho que redescobrir e aceitar a nova pessoa que me vou tornando. Mas também que aquela que já fui um dia, faz parte de mim, da minha história e ninguém muda de um dia para o outro.

Infelizmente também já percebi que só daqui a longos anos conseguirei ter novamente a minha casa arrumada, sem babetes espalhados e toalhitas por todo o lado. (O que para uma virginiana freak da organização é uma tortura diária.)

Mas ainda ontem me aconselhou uma amiga, também ela mãe, a dar prioridade únicamente ao bébé. A dedicar-me inteiramente a estimular a produção de leite; em vez de andar a correr pela casa para tratar da roupa, arrumar a loiça da máquina ou fazer o jantar antes do H. voltar do trabalho. Custou-me compreender que este é um período que deve e tem que ser inteiramente dedicado ao meu filho, por muito cansada que esteja, neste momento a minha vida gira 100% à volta dele. (Não é tão simples entender e aceitar isto.)

Mas ainda mais importante, descobri que cada mulher vê a maternidade à sua maneira, mas que estamos todas no mesmo barco.

Que isto não é uma competição e que eu não tenho que ser igual ou melhor que ninguém, satisfazer os desejos alheios e cumprir as tradicionais expectativas da sociedade.

Este princípio da maternidade é feito de muitas lágrimas, muitas dúvidas, cansaço extremo e um pouco de solidão. É uma prova de amor, de tolerância e de muitíssima paciência.

No entanto, senti nestes últimos dois meses uma curiosa onda de solidariedade de um grupo de pessoas totalmente inesperado: os desconhecidos das redes sociais.

Obviamente que os amigos e familiares foram o meu porto seguro, mas isso é o que se espera quando se precisa de apoio e se construiu boas relações pessoais na vida. ❤

Mas e esta avalanche de carinho da parte de desconhecidos??!!! Na verdade desconhecidas. Mulheres e mães que já passaram pelo que eu estou a passar ou que são sensíveis a este difícil e doloroso processo do pós-parto.

Com elas fui aprendendo que a maternidade dá-nos a capacidade de relativizar tudo, de priorizar de forma diferente; diminui o ego e a auto-crítica, aumenta a sensibilidade para com as circunstâncias dos outros e torna-nos mais fortes perante as nossas próprias circunstâncias.

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Este era para ser um post romântico sobre o quão maravilhoso é ser mãe, ia tentar adjectivar todos estes sentimentos lindos que se atropelam para sair cada vez que olho para o meu bébé. Mas parece que ainda não é desta!

Transformou-se num post de agradecimento por tanta generosidade, à minha familia, aos meus amigos e a todas essas mulheres e mães desconhecidas que me escrevem mensagens de força, que comentam as fotografias do instagram, que me mandam links com informação relevante, que me apoiam mesmo sem me conhecerem.

Porque isto de ser mãe é de longe a tarefa mais difícil a que já me propus. Por isso este post é totalmente dedicado a todas as mães solteiras, que não faço ideia como conseguem superar tudo isto sozinhas.

5 opiniões sobre “[ 2 ] Obrigada!

  1. Bonito artigo! Tão cheio de verdade, sabedoria, compreensão, agradecimento, reflexão e AMOR incondicional (para o que não estavas preparada, dizem todas as minhas amigas e familiares mães) que traz a maternidade. A maior aventura da tua vida chegou para ficar, mas eu acredito que superarás os momentos maus e menos bons. ❤

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  2. Somos desconhecidas mas estou contente por termos sido mães ao mesmo tempo. Porque tu tens a coragem e paciência para escrever todas estas coisas! Eu ainda não consegui elevar o meu blogue a isto, abrir-me assim, e sei que um dia vou olhar para trás e lamentar não ter escrito tudo o que sentia nestas alturas (também não escrevo noutro sítio porque papel então esquece, e tempo?!).

    E tenho a dizer que adoro como vais divagando e te perdes nos teus próprios pensamentos/sentimentos, revejo-me tanto. 🙂

    Beijinhos!

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