Dia da Mãe [o primeiro]

Percebo agora que por muito que tenha fantasiado durante a gravidez o que seria a maternidade, nunca estive perto da realidade. É muito mais potente e intenso do que algum dia pude imaginar.

Não posso escrever sobre a minha maternidade, sem escrever sobre a minha mãe, a minha origem, quem me trouxe ao mundo. A minha mãe é a mulher mais importante da minha vida. O amor que tenho pelo Tom é o reflexo do amor que recebi e recebo todos os dias, vindo dela, mesmo estando do outro lado da península. É uma manifestação da forma como aprendi que se deve amar, com sinceridade, confiança e diálogo.

Ao olhar para trás vejo o caminho que percorremos juntas, (embora talvez eu não fosse totalmente consciente até agora), e agradeço a preciosa ajuda que o seu exemplo deu ao meu renascimento como pessoa, no momento em que também eu me tornei mãe.

Eu e a minha mãe parecemos diferentes, mas somos bastante parecidas. E este é o meu ‘trunfo’, e é o que me ajuda a superar dia a dia as dificuldades da maternidade. É a capacidade de improvisação, de acreditar em mim e acreditar que sou capaz. Porque na maternidade não há outra opção. Não é possível devolver o bebé quando as birras são insuportáveis, o cansaço excessivo, o desconsolo toma conta de nós e as forças querem fraquejar. Há que aguentar, gerir as emoções, organizar as ideias e continuar em frente. Mas se me venho abaixo, que seja sem culpa, porque tenho direito ao meu momento e porque tenho a sorte de ter um parceiro que me dá a mão e aguenta o barco sozinho quando eu já não consigo remar.

Uma das primeiras coisas que tive que pôr de lado após o nascimento do Tom, foi o ego. A maternidade simplifica muitas questões, relativiza outras, estimula a humildade e faz brotar o amor no seu estado mais puro…. e não querendo dramatizar, mas a maternidade também pode levar ao pico da loucura e do desespero.

Na verdade, acho que no fundo ser mãe é a arte de conseguir conciliar todas as nossas contradições. Gerir as culpas causadas por esta sociedade patriarcal, que responsabiliza de forma abusiva as mulheres e romantiza a maternidade.

Para mim ainda é difícil viver com esta nova necessidade que tenho de estar sempre junto ao meu bebé e ao mesmo tempo querer e precisar do meu tempo para estar sozinha. Compreender o imenso amor que nasceu dentro de mim e confrontá-lo com a enorme saudade da minha independência, daquela vida leve e livre que tinha antes.

É sem dúvida um desafio, um longo processo de aprendizagem, mas também é uma oportunidade e um privilégio poder criar e educar um ser humano. Por isso pretendo estar sempre ao lado  do meu filho e ser a melhor mãe que conseguir, mas nunca deixando de ser eu própria. Acredito e sei, que ser uma mãe feliz é meio caminho andado para fazer um filho feliz.

Bom dia das Mães! Bom dia das Mães, mamã! ❤

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