E depois de tantos anos reencontrei uma das minhas “musas inspiradoras”… Fernanda Young!
Para quem não conhece, é uma escritora brasileira que também faz outras coisas, como atuar ou apresentar programas de tv.
Falando em bom português (meio de Portugal/ meio do Brasil):
A GAJA é FODA!!
Sou fã desde finais dos anos 90, quando via a Comédia da vida privada e poucos anos depois no Saia Justa, inspirou-me não só a nível intelectual, mas também esteticamente.
Foi a primeira mulher, com os braços tatuados, que vi na televisão a apresentar um programa.
Estamos a falar de inícios dos anos 2000 em Portugal, eu tinha menos 15 anos de idade e vivia numa sociedade bastante fechada, conservadora, elitista e cheia de preconceitos.
A sociedade; não eu!
Eu adorava ouvi-la falar com aquela irreverencia, descontração e capacidade de argumentação brutal. E quando não havia argumentos, pois era a primeira a mandar todos para a “P%#”$·” que os P@#%&”, mas sempre com graciosidade e bom gosto.
A TV portuguesa ainda hoje é feita por pessoas formatadas, pessoas que estão dentro daquele modelo tradicional, e que respondem aos estímulos normais da sociedade. Pessoas que não procuram destacar-se pela originalidade e pela diferença, sem perder o bom gosto, defendendo-se com o intelecto e brilhando pela inteligência.
Há obviamente exceções; e reconheço que estando há quase 8 anos fora de Portugal posso não ter uma perceção totalmente correta do tema; mas é o que vejo nos poucos minutos que fico sentada no sofá dos meus pais, cada vez que vou a Lisboa.
Falo apenas do mundo da televisão, não dos media em geral. Sei que há cada vez mais espírito crítico em Portugal, pessoas extremamente inteligentes e com bastante poder de encaixe na opinião pública, apesar de esteticamente fugirem ao padrão conservador da sociedade portuguesa.
De qualquer forma, este post já se está a afastar do tema que quero abordar…
Reencontrei-a! Sigo-a no instagram, e delicio-me com as fotos engraçadas, às vezes audazes, algumas doces e quase todas provocadoras, que ela partilha com o mundo.
Motivada por este reencontro, resolvi tentar comprar os seus livros on line. Tentei a fnac.es, mas não tinha nenhum e obviamente não quero nenhuma tradução.
Entrei na fnac.pt, onde estão disponíveis muitos dos seus livros; e qual foi o meu espanto quando vi os preços absurdos e ofensivos a que são vendidos. O mais barato custa 76€ e o mais caro 132,33€. Quem é o português que vai comprar estes livros?
Será preciso relembrar que o salário-mínimo em Portugal é cerca de 530€/mês?!
Não sei se isto se deve os lobbys das editoras, ou o que pode justificar estes preços tão disparatados; e questiono-me sobre o quanto pode custar um Saramago numa livraria em São Paulo…
Sinceramente é com desilusão e tristeza que escrevo este post. A cultura é cada vez mais cara e inacessível ao povo, a falta de educação e conhecimentos gera desinteresse, que por sua vez causa a abstenção ou o voto nos mesmos palhaços corruptos de sempre; provocando uma sociedade fechada, complexada, castradora e cheia de preconceitos.
E assim, voltámos ao mesmo… pescadinha de rabo na boca.
Cada vez mais robotizados, ja nao sabemos o que é sentir, tocar e cheirar, sem ter que pedir permissāo à realidade virtual. Infelizmente, mais imbecis, ignorantes e ocos. Cultura que é bom nicles… Enfim, um dia tudo mudarà, sim, confio no futuro. Mas na minha casa, a cultura esta e estarà sempre presente. Que se foda a ignorância.
Beijinhos, óptimo artigo para pensar
Rose *
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😘
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