Fins-de-semana em que fazemos montes de coisas; saímos com os amigos, limpamos e organizamos a casa, vamos às compras, descansamos, trabalhamos no nosso projeto e ainda temos tempo para avançar com alguma das “1001” ideias que quero pôr em prática cá em casa. Continuo a dizer que isto da casa é um trabalho constante para pessoas como eu, que estão sempre a inventar algo para mudar, pintar ou modificar.
Aborreço-me quando está sempre tudo igual… por isso enquanto houver imaginação e alguns euros, vou criando novos espaços que fazem com que a casa fique cada vez mais à minha medida.
Este fim-de-semana montámos uma estante numa das paredes exteriores da nossa sala, não é uma estante qualquer, e por isso escrevo este post.
Fazer furos nas paredes lá de casa, ou de quase qualquer casa aqui em Barcelona, tem muito que se lhe diga.
As paredes são tão finas e as construções de tão má qualidade, que já por 2 vezes a pendurar uma prateleira, furámos as paredes de um lado ao outro.
Por isso, agora quando precisamos de pôr algo na parede, que não seja um leve quadro; ou usamos buchas de aço ou há que escolher as paredes que dão para o exterior.
Tenho a sorte de ter uma sala grande e cheia de luz, que aos poucos vamos decorando ao nosso gosto, substituindo o estilo IKEA , que por ser mais económico e prático, foi a nossa primeira opção quando há 6 anos mobilámos a nossa primeira casa.
Uma das coisas que mais sentia falta na minha sala era ter livros; nesta casa optámos por pôr as estantes no corredor e deixar os livros lá fora. Obviamente que isto não podia durar muito, já que para mim são um elemento essencial na minha vida e acho que merecem um lugar de destaque.
Cresci numa casa cheia de livros, e sempre que havia um espaço livre na parede; os meus pais se não punham uma estante com mais livros, salpicavam as paredes com quadros.
Andava à procura da estante perfeita, mas ainda não tinha encontrado; queria algo que não sobrecarregasse a minha sala, que estivesse dentro do estilo que gosto e que não me fizesse gastar demasiado numa coisa que na verdade não era imprescindível.
Recentemente numa conversa sobre decoração, estantes e coisas do género, dei-me conta que os meus pais têm em casa a estante perfeita e que eu cresci com ela toda a minha vida.
Lá está, viva o vintage que nunca sai de moda!!
É uma estante de inspiração nórdica/escandinava, que se usava muito entre os anos 60 e 70 e que aparentemente está mais atual que nunca.
A que montei este fim-de-semana em minha casa foi montada pela primeira vez em 1973 na primeira casa dos meus pais em Luanda. Depois disso, foi desmontada e novamente montada na nossa primeira casa em Portugal em 1981; e aí viveu 16 anos até que mudámos novamente de casa e porque já não havia necessidade de a montar toda, os meus pais guardaram uma parte do “sistema” na cave.
Pois essa foi a parte que, na sua última visita a Barcelona, os meus pais trouxeram. E que depois de comprar as prateleiras de pinho e escurece-lo um pouco, montámos agora na nossa sala.
Além de ser esteticamente linda e elegante, enquadrar perfeitamente na decoração da minha casa; e permitir-nos ter alguns livros na sala; esta estante tem todo um contexto familiar, e deixa-me muito contente e orgulhosa por podermos reutilizá-la.