#yoviajosola (ou não) mas sou livre de decidir! #diainternacionaldamulher

O post de hoje é dedicado a todas as mulheres; mas principalmente às viajantes, mochileiras ou não, que querem ver o mundo, e que viajam sozinhas ou acompanhadas. Conheço várias, tenho-as na minha vida como um exemplo a seguir, e também eu faço parte dessa grande família, que são as mulheres que viajam. 

No dia de hoje e face aos últimos acontecimentos sobre as raparigas argentinas assassinadas no Equador, sinto que tenho o dever de escrever sobre estas mulheres. 

Também porque parece que às vezes ainda é difícil entender, o que nos leva a pôr uma mochila às costas e sair pelo mundo “sozinhas”. 

Para os que ainda não compreenderam, passo a explicar que temos a mesma motivação que qualquer homem, somos movidas pela mesma adrenalina e pela mesma curiosidade; e a nossa alma é tão livre como a deles. Somos pessoas e a palavra viajante não tem género específico. 

Tento lembrar-me de algumas coisas que sejam inerentes ao género feminino ou masculino, como por exemplo o facto de nós ficarmos menstruadas, ou de podermos engravidar; e eles de fazerem a barba ou terem uma ereção… E já está! Não me consigo lembrar de mais nada; tudo o resto é unissexo: ambos podem fazer, gostar, ter acesso ou querer qualquer outra coisa. 

O que separa e diferencia o homem e a mulher, são as diferenças físicas e hormonais. O restante, são preconceitos e complexos que limitam as nossas mentes e consequentemente as nossas atitudes. 

Uma pessoa viaja sozinha por opção, ou simplesmente porque não tem companhia. 

Viajar sozinho por opção é ter coragem, é decidir que se vai fazer um percurso de não sei quantos dias e saber que se passará muitas horas em silêncio, sem ter  alguém para partilhar as nossas dúvidas, alegrias ou preocupações. 

Quando não se tem companhia para viajar e decide-se ir à mesma, é admirável; é a verdadeira prova de que sabemos e podemos estar sozinhos, e não deixamos de fazer o que quer que seja que realmente desejamos. 

Ambas as situações se aplicam a mulheres e a homens, não há diferença. Partir sozinho numa aventura desenvolve a nossa capacidade de sobrevivência, a nossa independência, autocontrole e conhecimento interior. Estamos mais abertos a conhecer outras pessoas, a experimentar coisas novas e temos a possibilidade de sermos nós próprios de verdade. 

Eu costumo dizer que uma das melhores coisas de viajar, de estar fora do nosso ambiente, é o anonimato; esse ingrediente fundamental para nos sentirmos livres! 

Independentemente da forma como se escolhe viajar, sermos mulheres é muitas vezes visto como um handicap, e pode resultar complicado e até desagradável na forma como, num primeiro contacto, se relacionam connosco. 

Recordo-me quando viajámos pela India, que se eu perguntasse alguma informação a um homem na rua; ele respondia ao H.(meu namorado) e nem olhava para mim. 

Eu falava e era como se não existisse. Foi uma sensação indescritível, verdadeiramente ofensiva e revoltante; ser ignorada por ser mulher. 

Talvez a India seja um destino especial, um caso extremo já que a sociedade é tao diferente da nossa. Mas o que se passou recentemente no Equador, mostra que as mulheres continuam a ser vistas como seres que não se conseguem valer por si, quando não têm um homem a seu lado. 

 Que mesmo não estando sós, mesmo sendo duas mulheres a viajar juntas; esta foi considerada uma situação provocadora e arriscada: “duas mulheres que viajavam sozinhas”. 

Não estavam sozinhas, estavam uma com a outra. 

E mesmo que fosse só uma, e estivesse sozinha; é uma pessoa – um ser humano a quem se deve respeito, como a qualquer homem.   

E é por ainda existirem estas sociedades putrefactas e machistas, que celebrar o dia de hoje continua a fazer sentido. Que em cada 8 de Março se relembre todas as mulheres que lutaram por conseguir um papel mais igual e mais justo na sociedade. E que nunca nos esqueçamos também, de todas aquelas mulheres que sem nenhuma intensão especial em se afirmar, sem nenhuma pretensão de ser recordadas, de defender uma bandeira; foram vítimas quando apenas faziam o que aqui estamos incumbidos de fazer: Viviam a sua própria vida intensamente, num mundo que é de todos! 

One thought on “#yoviajosola (ou não) mas sou livre de decidir! #diainternacionaldamulher

  1. Minha !!!!!!COMO INTEPRETASTE MAGNIFICAMENTE A CARGA DESTE DIA E O OSTRACISMO A QUE A MULHER E GLOBALMENTE DEVOTADA.NA ASIA NA ÁFRICA NA AMÉRICA LATINA NOS CORREDORES DO PODER DA EUROPA. ENFIM A LUTA É PERMANENTE E CONTINUA……ESTAMOS JU NTOS ..

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