Quarto Montessori (DIY)

Uma mudança de casa nunca vem só.
Uma mudança de casa vem sempre acompanhada de imprevistos, atrasos, algumas dores de cabeça, um rombo no orçamento e muitíssimo trabalho. Depois de assinar contrato e perceber que as persianas ainda estavam por arranjar e os lustres de D.Manuel II continuavam presos no tecto, arrumei na gaveta a fantasia de entrar para uma casa pronta a viver.

Enfim… o importante é que já mudámos e faltam-nos apenas (ainda) um par de caixas por abrir.

E aqui estamos nós há quase dois meses e eu sinto-me completamente em casa. Que alegria!!

E que cansaço!! Fazer uma mudança com um bebé de ano e meio, é abraçar a inevitável realidade de estar semanas com caixas pela casa. Foram dias inteiros em que tentávamos aproveitar cada minuto em que estava a dormir ou que estava na creche. E quando chegava a casa parecia que estávamos naqueles jogos do stop/para a música e congela. Porque deixávamos as coisas exactamente como estavam, largávamos tudo e corríamos para os braços dele no meio do (des)organizado caos.

Independentemente de tudo o que houvesse para arrumar, a prioridade sempre foi o quarto do Tom. Queríamos que ao mudar de casa ele tivesse logo o seu ambiente montado, para que não sentisse grande diferença, para não estranhar o espaço, para que a mudança alterasse o mínimo possível a sua rotina.

E isso foi totalmente conseguido, por isso tudo o resto foi a um ritmo mais tranquilo, sem nenhuma pressão ou pressa, até porque em plena pandemia não teria sentido ser de outra forma.

O Tom ficou com o quarto principal, muito espaço e muita luz, um armário enorme e uma varanda. Privilégios de filho!

Quanto à organização e decoração do espaço, já tinhamos adoptado na outra casa a linha Montessori, e decidimos manter. Acreditamos que o livre acesso a um ambiente estruturado estimula um desenvolvimento mais amplio na criança e ajuda-a a explorar as suas capacidades intelectuais, físicas e emocionais.

E não podemos estar mais contentes com a nossa escolha, crescer num ambiente Montessori é de certeza uma das razões porque todos os dias notamos uma grande autonomia e independência nele.

Como ambos gostamos de ter projetos entre mãos, e achamos sempre que temos tempo para tudo (not), resolvemos fazer alguns dos móveis do quarto. Desenhámos, mandámos cortar a madeira à medida e montámos.
Também, porque além do prazer de construir nós mesmos o quarto do nosso filho, a poupança foi significativa.
Gastámos 80€ para fazer uma cama pela qual nos tinham pedido 230€, e 45€ para uma estante que custava 160€.
Não penso que o valor que nos foi pedido fosse exagerado, defendo sempre que se deve pagar o preço justo por um trabalho, e que a mão de obra, criatividade e tempo valem muito mais do que os materiais.
Mas quando a familia cresce, é importante saber gerir com atenção a economia doméstica. Por mais que fosse mais fácil comprar tudo já feito, às vezes é só arregaçar as mangas, valorar as nossas competências e possibilidades financeiras, e pôr mãos à obra. Valeu muito a pena e deu-nos imenso gosto.

O conceito de fazer nós mesmos (diy), reutilizar, restaurar e reaproveitar o que à primeira vista já não serve para nada, é um dos pilares da nossa vida. É a forma como gostamos de viver e como queremos educar o Tom. Acreditamos que evitar o desperdício é algo que se ensina em casa e sabemos que na sociedade capitalista onde o consumo imediato é tão estimulado, se mantivermos a nossa “veia hippy” sempre presente, será muito mais fácil criar uma criança equilibrada, com valores e noção de responsabilidade social.

Vejam lá os nossos “trabalhos manuais”! Ficaram ou não ficaram fixes?!

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