Expo ’98 – 20 anos depois

Em 1998 fiz 18 anos e foi obviamente por isso um ano marcante para mim; atingir a maioridade, deixar o secundário, entrar para a universidade. Foi um ano inesquecível, mas mais do que isso, foi um verão digno de ser lembrado para o resto da minha vida. Por todas as razões que acabei de contar, mas também e principalmente porque foi o verão da Expo ’98 em Lisboa.

Houve um antes e um depois da Expo na vida dos lisboetas. A grande Exposição Mundial mudou as nossas vidas, mudou a cidade e toda a dinâmica existente até à altura na capital Portuguesa.

Este verão celebramos os 20 anos do mais grandioso projeto nacional de renovação urbana e requalificação ambiental do século XX. E eu recordo-o como se fosse hoje!! Tenho muitas histórias guardadas, muitos concertos vistos, muitas noites de pura diversão e experiências num verão memorável.

Tive a sorte de os meus pais, ‘visionários e open minded’ como sempre, nos terem presenteado com um bilhete de 3 dias, com vários bilhetes de um dia e de uma noite, conforme o programa e os nossos interesses. Visitei a exposição várias vezes, com diferentes pessoas, amigos e família e pude entrar em todos os pavilhões, experimentar gastronomias e tradições diversas, ver filmes, ouvir debates e assimilar as diferentes culturas que ali estavam representadas. Um privilégio pelo qual estarei eternamente agradecida.

De 22 de Maio a 30 de Setembro de 1998, Lisboa foi a cidade no centro do “mundo”; cheia de turistas, cheia de alegria e multiculturalidade; com tantas possibilidades e informação, que nem sabíamos como assimilar todas aquelas novidades.

Muitos meses antes da inauguração da exposição, começaram as obras na cidade e foi descoberta por muitos portugueses uma zona de Lisboa até à data completamente desconhecida. A parte oriental da cidade era uma enorme área degradada com velhas instalações industriais, depósitos petrolíferos, armazéns militares e uma vergonhosa lixeira a céu aberto.

Ao princípio eu nem sabia bem onde era aquilo… mas a partir daquele verão o Parque das Nações ganhou um lugar no mapa, ganhou destaque na vida dos lisboetas e de todos os visitantes da nossa cidade.

Houve uma preocupação em organizar um evento que contribuísse positivamente para o desenvolvimento de Lisboa, de Portugal e para a imagem que passaríamos para a comunidade internacional. Efetivamente a Expo ’98 permitiu revalorizar não só a zona ribeirinha onde ficava o recinto, mas toda a zona oriental de Lisboa.

Depois da Expo, Lisboa tornou-se outra cidade. Na zona oriental criou-se uma área de habitação para onde se mudou a população jovem com algumas possibilidades económicas; criou-se uma grande área comercial, uma área empresarial onde se estabeleceram as sedes de grandes multinacionais e serviços de administração publica; tudo a coexistir harmoniosamente. Construiu-se uma imagem dinâmica, competitiva e moderna, que posicionou Lisboa no panorama internacional.

Na vida dos Lisboetas o impacto foi também marcante porque permitiu o nascimento de uma nova relação com os espaços ao ar livre. A componente paisagística deste projeto e a existência de novos espaços verdes fez com que acontecesse uma revolução na rotina e na dinâmica dos habitantes da cidade. Começou-se a andar mais de bicicleta, a correr à beira rio; a aproveitar o grande Parque das Nações.

Para mim, com 18 anos acabados de fazer, a Expo ’98 mostrou-me um pouco do que existe além-fronteiras, a riqueza cultural e a diversidade num único espaço. Foi como fazer uma grande viagem, sem ter que sair do mesmo lugar. Naquele verão Lisboa abriu-se ao mundo e para mim abriu-se a porta de entrada a uma nova vida na capital.

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