Para mim a adrenalina é uma daquelas peças essenciais na vida; quase como respirar, comer ou dormir… É o que nos faz sentir vivos, que nos faz sorrir sozinhos e nos permite ser intensos e não andar por aqui aborrecidos, como se todos os dias fossem iguais.
Arriscar e sair da nossa zona de conforto não é o mais fácil de fazer, mas na verdade, também não é nada do outro mundo. Uma vez que se experimenta não se quer outra coisa; como uma droga, ou uma grande paixão; turva-nos o raciocínio e faz-nos mergulhar no desconhecido.
Com o passar do tempo, faço-o cada vez mais conscientemente; tenho a mesma necessidade de o fazer, de o sentir; mas não no mesmo formato que escolhia há uns anos atrás. Isto significa que já não cometo as mesmas loucuras; mas não quer dizer que deixei de viver o presente, tão arrebatadoramente, como o vivi até agora. Simplesmente sinto-me diferente, acho que a isso costumam chamar “amadurecer”!
Nunca me esqueço que a minha querida amiga Larriza (de raízes filipinas, alemã de criação e totalmente cidadã do mundo), disse-me há muitos anos, que na vida o que importa é:”the power of now!”.
Naquele momento, e acabada de chegar a Barcelona, muita coisa começou a fazer sentido. O passado existiu e o futuro existirá também, mas se nos conseguirmos abstrair de ambos, desenvolvemos a capacidade de acreditar, de não temer; de sorrir pelas manhãs e dançar pelas noites. Enfim… deixando-me de divagações, neste preciso momento em que escrevo isto, só temos o presente; a escolha de o viver eletricamente é de cada um de nós.
Há alguns meses comecei a andar de skate; desde miúda era algo que achava muita louco, mas nunca tinha experimentado, e muito menos me passaria pela cabeça que aos 35 ia ser um dos meus passatempos preferidos. O Helder anda de skate desde sempre e há mais ou menos 15 anos apaixonou-se pelo Longboard e desde essa altura vai colecionando tábuas lá em casa, seguindo páginas radicais e aperfeiçoando a sua técnica.
A grande diferença entre um skate normal e um longboard não é apenas o tamanho, ou o facto de com um se fazer manobras em rampas e ‘pipes’ e com o outro não. Apesar de ambos estarem associados ao ‘street-style’, tendências urbanas e desportos radicais; o longboard é uma espécie de surf na terra. Também se faz manobras, mas o objetivo é ir do ponto A. ao ponto B., deslizando pelo asfalto, controlando a velocidade e o equilíbrio. É uma sensação de adrenalina pura, uma liberdade indescritível!
Na tentativa de que também eu me transformasse numa ‘skater’, o Helder ofereceu-me umas aulas de longboard no nosso 15º aniversário juntos; e para que não houvesse desculpa para não o acompanhar por essa estrada fora; um mês depois (no 1º aniversario de casamento) ofereceu-me o meu primeiro longboard.
A Ana by the Sea, que também tem uma grande vontade de surfar no asfalto e um longboard a ganhar pó em casa, juntou-se a mim neste último fim-de-semana e tivemos uma aula com o pessoal do UNGRAVITY.
Depois dessa tarde, e com o longboard nos pés, sinto-me mais confiante e preparada para ripar pelas ruas de Barcelona!
One thought on “The power of now! ”