Sei que já terminaram as festas e que a maior parte das pessoas já voltou à rotina, mas cá em casa o ritmo é outro.
Depois de receber os meus pais e uns amigos para as festas natalicias, recebi uma grande amiga logo no primeiro fim de semana de Janeiro.
Cá em casa recebemos sempre muito e muita gente, é o que eu chamo de “boadição”; é uma espécie de maldição genética, mas que no fundo é uma coisa boa!
Os meus pais também sempre foram assim, têm sempre amigos de visita ou familiares a passar temporadas.
Na verdade cresci desta forma e não só não me incomoda, como tenho todo o prazer em receber. Felizmente o H. é parecido comigo nestas coisas, e tem sempre os braços abertos para as visitas.
É verdade que já tivemos verões em que todos se lembraram de vir ao mesmo tempo, e passámos semanas em que não estivemos sozinhos mais do que dois dias. Confesso que também pode ser cansativo e obviamente uma grande despesa; não só as contas disparam, mas quando recebemos visitas, sentimo-nos um bocadinho de férias e fazemos vida de restaurante e bar, com mais frequência do que o habitual.
De qualquer forma, vejo o facto de receber muitas visitas, como um privilégio e um sinal de que temos muitas pessoas queridas na nossa vida. Além disso, como tenho o lema de visitar os amigos espalhados pelo mundo, o mínimo que posso fazer é receber os que cá vêm, de braços abertos.
Nunca me vou esquecer que quando fiz aos 18 anos o interrail, ficámos amigos de 2 miúdos no comboio a caminho de Paris; e que sem perguntar (porque naquele tempo nao havia telemóveis), ofereci a casa do meu primo para eles dormirem. Chegámos a Paris e eu com a cara mais inocente do mundo disse:
-Rui, em vez de 3 somos 5!
E o meu querido primo Rui, que vive num T1 no centro da cidade, disse:
-Têm que dormir todos no chão da sala, mas onde dormem 3, dormem 5!
E assim aprendi desde cedo que ter pouco dinheiro para viajar, não é sinónimo de que se deixe de o fazer. E também, que se tenho um tecto e um colchão, pois é bem vindo quem vier por bem!
Com a experiencia fui melhorando as minhas técnicas para receber. Não só com as visitas que recebo, mas também com as casas onde já fui recebida. Obviamente que viver a experiencia Airbnb, como anfitriã e como hóspede foi também uma escola na arte de receber.
Hoje em dia, quando tenho que preparar o quarto de hóspedes, há coisas que para mim são imprescindíveis. Faço uma lista, caso alguém precise de umas dicas para a próxima vez que receber visitas.
– Cama feita de lavado e com jogo de lençóis e fronhas a condizer.
– Toalhas limpas (uma de banho e uma de rosto)
– Uma manta extra caso seja inverno
– Cabides para pendurar roupa e se possível uma gaveta disponível
– Cadeira ou Banco para sentar ou pousar coisas
– Espaço para arrumar a mala de viagem
– Uma luz de presença perto da cama
– Um espelho
– Um cesto com itens de primeira necessidade (escova e pasta de dentes, champoo, sabonetes, creme hidratante, pequenas amostras, lenços de papel, etc)
– Jarra de água e copo
– Umas flores para alegrar o quarto (opto por flores secas, porque as flores de plástico parecem-me horríveis, e as frescas duram pouco)
– Guias ou Mapa da cidade
Isto são apenas algumas das muitas possibilidades que há. O que não falta são detalhes que se pode ter, para tornar a estadia dos nossos convidados mais cómoda. Tudo depende muito do gosto pessoal, mas também do espaço que se tem.
O nosso quarto de hóspedes é pequeno e além dessa função tem também outras, como por exemplo a arrumação da roupa de casa, o lugar para guardar a ventoinha, o aquecedor ou o carrinho das compras. Sim, porque isso de ter um quarto apenas para as visitas é um desperdício, há que rentabilizar o espaço para quem realmente vive na casa, que somos nós.
Por isso, procurámos alternativas para que o quarto ficasse cómodo, mas que também servisse para as outras funções que lhe damos.
Por exemplo, não tem mesa de cabeceira, mas tem uma luz ao alcance de quem está na cama. Não tem armário, mas é possível pendurar roupa à mesma. Como quase tudo na vida, com imaginação e boa vontade dá para fazer coisas muito fixes.
Enfim, penso que neste mês de Janeiro já não teremos mais visitas, mas melhor não falar demasiado porque hoje ainda só é dia 13!!!
Podias escrever um livro sobre a arte de receber ou abrir directamente um hostal 😁 Eu por outro lado sou péssima nessa arte, mas tenho aprendido umas coisinhas contigo e hoje aprendi mais um par 😉
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